terça-feira, 10 de maio de 2011

Papo de anjo: direitos humanos e outras mais

Direitos Humanos
Após virar o quarto de cabeça para baixo com ajuda do irmão em brincadeiras das mais variadas ouviu da mãe:
_ Mas que bagunça! Depois que acabar a festa quero ver tudo arrumado!
Eis que ouve em tom de protesto:
_ Isso é trabalho infantil!
***
Calculadora
_ Mãe, sabe quanto é um milhão menos um milhão?
_ Quanto?
_ Zero.
_ E dois milhões menos três milhões?
_ Diga!
_ Menos um milhão!
_ Nossa filho, você aprendeu tudo isso na escola?
_ Não, aprendi com a calculadora...

                                                   ***
Ovomaníaco
_ Mãe, se na minha classe tivesse alguém chamada Gema seria tudo de bom. Já tem uma Clara!
                                                 ***
Dúvida cruel
Do enteado da atriz Juliana Araripe:
_ Você tem certeza que a vovó é mais nova do que Jesus?
                                                 ***

Curioso
_ Mãe, foi a vovó quem inventou o leque??





Namoro ou amizade?


Detalhes do cotidiano das crianças nos dão pistas da chegada sorrateira de algumas mudanças de comportamento no mundo moderno. E confesso que às vezes, mesmo sabendo que não tenho como frear a evolução das coisas, me dá vontade de segurar o ponteiro do relógio e impedir o nascimento de alguns avanços. Porque levam de pouquinho, encurtam de mansinho, o tempo de ser criança. A época do faz de conta, da ingenuidade genuína. E de presente deixam uma precocidade desnecessária (e um tanto assustadora).

Uma das novidades que tenho acompanhado de perto é a do “namorico infantil”. Sim, porque as crianças na faixa dos dez anos já estão “namorando” como acontece com alguns amigos de escola do meu filho André – o mais novo da classe do quinto ano (quinta série é coisa do passado). Namoro com direito a troca de bilhetinhos apaixonados e telefonemas depois das aulas. E não para por aí. Nos enlaces modernos a garotada também frequenta a casa de seus pares aos finais de semana.

Ouço histórias que me chegam e tento apaziguar meu atordoamento. Tá bom que as crianças de hoje têm mais maturidade e conhecimento do que tínhamos quando éramos estudantes do primário. Concordo que as descobertas atuais parecem encurtar em segundos um tanto de estrada que tivemos que percorrer por anos. Mas franzo o cenho quando os capítulos dessa novela vão se descortinando e percebo que algo parece ter saído dos eixos. Será que perdi algum detalhe no caminho?  E me lembro que quase ontem meu filho ainda se vestia de batman.

Hoje os sentimentos das meninas de dez anos aproximam-se do das adolescentes da minha época. Têm os mesmos diálogos e questionamentos. E não é exagero. Queixam-se de ciúmes e sofrem por “amor”. Porque mesmo não havendo beijos tampouco carícias no relacionamento desses pequenos casais, há drama de sobra. Por parte das meninas a palavra de ordem é ansiedade. Prima do medo de perder o namorado e cunhada da raiva das outras garotas “que dão em cima do amado”. Pode? Pode e acontece. Daí, me pergunto: será mesmo que não posso ao menos tentar frear o tempo?

O que fazer quando se sabe que algo precisa ser feito? Ainda não tenho uma resposta satisfatória (aceito sugestões). Mas sinto que me identifico com alguns caminhos. Levantar a bandeira do resgate dos papéis de carta, bolinhas de gude e brincadeiras que juntavam democraticamente a turma toda, até mesmo a patota da outra rua hoje não funciona mais. Soa como papo de tia velha –too over.

Mas não posso incentivar os namoricos de faz de conta que se criam com a seriedade dos compromissos reais (com encontros regulares e exigência de comportamentos). Porque não entendo que nesse momento da vida dessa garotada o amor deva ser considerado mais importante do que todo o resto. O caminho do amor –necessário e maravilhoso, sim, deve ser apreciado no tempo e na velocidade que merece para que tenha verdadeiro significado lá para frente. A rapidez traz superficialidade. E assim me pergunto: como estarão namorando daqui a três anos? Xiiiii......

Percebo uma movimentação estranha de telefonemas, mensagens e risadinhas. O André ainda não está “namorando”, mas já planejo uma estratégia –sabidamente frágil, de ação. O namoro não será problema, mas sempre parte dos outros bônus da amizade. Trocando em miúdos: minha norinha será bem-vinda assim como toda a turma. Sempre com toda a turma. Casa cheia, coração cheio. Ai, que saudade da fantasia de batman.

quarta-feira, 4 de maio de 2011

Sorvete de pudim


Ontem fizemos uma receita supimpa a seis mãos –Bruno colocando e mexendo os ingredientes, eu batendo as claras e levando tudo ao fogão e o Cris (não basta ser pai, tem que participar) caramelizando a fôrma. Não, não se trata de nada muito complicado de realizar. É que sobremesa preparada com uma boa dose de bagunça faz toda diferença. Principalmente quando se conta com a cumplicidade e curiosidade das crianças. O resultado é um sorvete delicioso, com gostinho de pudim e visual incrível depois de desenformado. Dá até para dizer que foi comprado em doceria! De lamber os beiços!

Você vai precisar de:

Uma lata de leite condensado
Duas latas de leite
Cinco ovos
Cinco colheres de açúcar
Uma lata de creme de leite (sem soro)
Três colheres de chocolate em pó
Um copo de água

Mãos a obra:

Misture o leite condensado com leite e cinco gemas e leve ao fogo até ferver. Reserve e deixe esfriar. Bata as claras em neve e vá acrescentando aos poucos o açúcar (sempre batendo) até formar um merengue. Juntar o creme de leite e misturar delicadamente. Em uma vasilha, misturar os dois cremes até ficar homogêneo. Caramelizar uma fôrma de pudim e reservar. Colocar a mistura na fôrma e preparar a calda de chocolate. Levar ao fogo, até ferver, a água e o chocolate e, então, adicionar, ainda quente, ao creme. Depois de um dia no freezer o sorvete pode ser desenformado.

Bom apetite!

PS: Obrigada Malu pela dica!!!